Câmara pode garantir prioridade de vagas em CMEIs para órfãos da covid-19

Matéria será submetida à fase final de discussão e votação na manhã desta terça-feira, 29. Iniciativa é do vereador Dr. Gian

Postado em: 29-08-2023 às 07h38
Por: Felipe Cardoso
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Matéria será submetida à fase final de discussão e votação na manhã desta terça-feira, 29. Iniciativa é do vereador Dr. Gian | Foto: Reprodução/Câmara Municipal de Goiânia

A Câmara Municipal de Goiânia vai apreciar, de maneira definitiva, na manhã desta terça-feira, 29, um projeto de lei que pode garantir prioridade de vagas em CMEIs para órfãos da covid-19. A iniciativa, que foi protocolada no Legislativo pelo vereador Dr. Gian (MDB), garante prioridade às crianças órfãs de pais, mães ou responsáveis que faleceram com a doença. 

O texto diz que o óbito deverá ser confirmado durante o ato de solicitação de inscrição de matrícula mediante a apresentação do documento que comprove o motivo do falecimento. 

Em justificativa, o parlamentar explica que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) possui como um de seus princípios o da Prioridade Absoluta. Ele estabelece que as crianças e os adolescentes devem possuir prioridades nas políticas públicas e ações governamentais. “Dessa forma, diante do cenário hodierno, em que cerca de 6.744 cidadãos goianienses tiveram suas vidas ceifadas pela covid-1, uma significativa quantidade de crianças ficaram órfãs”, diz. 

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Em outro trecho ele defende que “medidas devem ser tomadas”. “Tais indivíduos devem ter seus direitos garantidos, já que os pais não estão mais presentes. Ficando sob tutela de tios, irmãos e outros parentes próximos, sendo necessário um aparato governamental mais especializado para garantir que essas crianças qeu estão em situação de vulnerabilidade social e emocional usufruam de uma educação de qualidade, possibilitando um futuro mais estruturado e uma vida mais digna”, defende o legislador. 

Reportagem publicada pelo jornal O Popular mostrou, em 20 de outubro de 2021, que Goiás é o segundo estado com mais órfãos da covid-19 no Brasil.  Segundo o levantamento, mais de 800 crianças de até seis anos ficaram órfãs em decorrência da doença. Dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) revelaram, à época, que o estado só perdia para São Paulo. No país como um todo, são mais de 12 mil crianças nessas condições. 

“Desse modo, faz-se imprescindível priorizar as crianças que tiveram suas vidas modificadas completamente para as vagas de CMEIs, pois nós compreendemos que nesse momento é de extrema importância que essas crianças sejam acolhidas e consigam com mais facilidade acessar a educação e um local para ficarem por um período do dia”, conclui o propositor do texto. 

A iniciativa já passou pelo crivo das comissões de Constituição, Justiça e Redação  e  Comissão de Educação da Casa de Leis. Na primeira delas, o texto foi analisado pelo vereador Pastor Wilson (PMB). Em seu parecer, ele destacou que não há qualquer “propositura semelhante” em tramitação na Casa e disse, também, não haver qualquer questão legal que impeça o prosseguimento da matéria. 

Na segunda, a iniciativa passou pelo crivo do vereador Isaias Ribeiro (Republicanos). O parlamentar considerou que não se pode afastar as consequências do grave cenário trazido pela pandemia. “Algo que afetou o mundo. Essa proposta é um importante instrumento no sentido de levar algum conforto aos atingidos da forma mais dura”. E continua: “Não há qualquer discrepância com os parâmetros e diretrizes de análise da comissão, sendo, na verdade, de grande relevância para o cenário educacional do município”.

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