PT tenta emplacar Accorsi, mas Comissão de Segurança fica com PL

Deputada federal foi sondada para comandar o colegiado, mas sinalizou plano de focar no pleito municipal deste ano

Postado em: 07-03-2024 às 08h30
Por: Gabriel Neves Matos
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PT chegou a sondar a deputada federal Delegada Adriana Accorsi (PT), pré-candidata à Prefeitura de Goiânia, para a comissão na Câmara | Foto: Hellenn Reis/Alego

Após tentativas, o PT não conseguiu emplacar um nome de dentro do partido para comandar a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados. O PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, saiu na frente nas negociações e irá dirigir o colegiado pelo segundo ano consecutivo. 

O PT chegou a sondar a deputada federal Delegada Adriana Accorsi (PT), pré-candidata à Prefeitura de Goiânia, para a comissão na Câmara. A parlamentar, graduada em direito pela Universidade Federal de Goiás (UFG), foi a primeira mulher Delegada Geral da Polícia Civil de Goiás (PC-GO) e teve reconhecimento pelo trabalho de defesa das mulheres, crianças e adolescentes. 

Apesar da sondagem, Accorsi sinalizou ao partido que seu plano para 2024 é de focar na eleição municipal e em sua pré-candidatura. Segundo ela, houve empenhos ao longo do ano passado para fortalecer a participação da sigla na Comissão de Segurança Pública. 

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Ao jornal O HOJE, Accorsi cita, como exemplo disso, a aprovação do projeto de sua autoria que obriga as delegacias da mulher e os órgãos de perícia criminal a criarem “salas lilás”, destinadas ao atendimento humanizado de mulheres vítimas de violência. Segundo o projeto, as salas devem dispor permanentemente de equipe multidisciplinar, composta por policiais, assistentes sociais, psicólogos e enfermeiros.

O interesse do PT em comandar o colegiado surgiu como um fato novo em meio a uma série de crises enfrentadas pelo governo federal na área da segurança pública do país desde o início da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com episódios de violência, casos de letalidade policial, e fugas no sistema prisional.

“É uma pauta cada vez mais importante para a sociedade e achamos fundamental buscarmos o controle da comissão para influenciar nesse debate”, afirmou o líder do partido na Câmara, Odair Cunha (MG), ao jornal Folha de S.Paulo na semana passada, antes da definição na Câmara.

O controle do PL sobre o colegiado da segurança pública é tido como estratégico para atender aos interesses da Bancada da Bala. No ano passado, a comissão foi presidida pelo deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), aliado de Bolsonaro. A direção deste ano deverá ficar a cargo do deputado federal Alberto Fraga (PL-DF), coronel da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal e nome mais cotado pela legenda do ex-presidente da República. 

Pelo critério da proporcionalidade partidária, o partido com a maior bancada tem a preferência na escolha da primeira comissão e, assim, sucessivamente. “Temos problema na Comissão de Saúde, na de Relações Exteriores e Defesa Nacional e na de Segurança. São todas comissões muito relevantes e o esforço do presidente Lira é buscar o entendimento. Todos os partidos colocaram na mesa seus pleitos. Acho que nós avançamos 60% hoje no acordo”, informou o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), acrescentando que o PT pode ter que abrir mão da Comissão de Saúde para pedir a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. 

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