Adido militar rompe com Maduro e declara apoio a Guaidó

Coronel José Silva, que era embaixador da Venezuela em Washington, informou ter rompido com o presidente Nicolás Maduro

Postado em: 28-01-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Coronel José Silva, que era embaixador da Venezuela em Washington, informou ter rompido com o presidente Nicolás Maduro

O coronel José Luís Silva Silva, que era o adido militar da embaixada do país em Washington, rompeu com Nicolás Maduro e declarou apoio ao presidente da Assembleia Nacional Venezuelana, deputado Juan Guaidó. Para o Ministério da Defesa da Venezuela, o coronel se subordinou aos interesses internacionais e praticou “um ato de traição e covardia com a pátria”.

A nota do Ministério da Defesa e o vídeo do coronel foram divulgados nas redes sociais. No vídeo postado no Twitter de Guaidó, dirigindo-se aos venezuelanos e aos integrantes das forças armadas, Silva reconhece o deputado “como único e legítimo” presidente da Venezuela. Afirma ainda que nenhum cidadão e nenhuma instituição da Venezuela estão acima da Constituição.   

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Guaidó agradeceu o apoio de Silva: “Damos as boas-vindas a ele e a todos aqueles que sinceramente querem se unir à Constituição e à vontade do povo venezuelano”. O deputado se autoproclamou presidente interino venezuelano e prometeu fazer eleições gerais.

ONU

A Alta Comissária da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou a violência que tem permeado os protestos organizados na Venezuela, país que tem vivenciado, nos últimos dias, o acirramento de uma crise política.

O quadro na Venezuela se agravou após a posse de Nicolás Maduro para o segundo mandato presidencial, em 10 de janeiro. Na última quarta-feira (23), o líder da oposição na Venezuela, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino, condição reconhecida como legítima pelo governo brasileiro.

Solicitando investigações efetivas dos casos, a ex-presidente chilena fez um apelo para que o governo Maduro e a oposição busquem, com urgência, apaziguar a atmosfera na região.

Em nota, a ONU diz que a dirigente está “extremamente preocupada” com a possibilidade de a situação no país “fugir do controle”, tendo um desfecho de “consequências catastróficas”.

Bachelet pede, na nota, que as autoridades venezuelanas, especialmente as forças de segurança, exerçam moderação e respeitem o direito fundamental de todos à reunião pacífica e à liberdade de expressão.

Fontes locais ouvidas pela organização intergovernamental relatam que pelo menos 20 pessoas morreram após ser atingidas por disparos de forças de segurança ou de membros de grupos armados pró-governo, durante manifestações ocorridas na terça-feira (22) e na quarta-feira (23). Muitas outras teriam sido feridas por balas, cartuchos de escopeta e balas de borracha.

De acordo com a ONU, funcionários do escritório de Michelle Bachelet têm recebido denúncias de detenções “em larga escala” de manifestantes. No total, informam, ocorreram 320 somente na quarta-feira (23).

Diante do alto índice de crimes violentos, Michelle Bachelet defende uma apuração por meio de investigações independentes e imparciais, que possibilitem a identificação dos autores.

Na mensagem, a ONU comunicou ainda que a equipe de Bachelet também tem levantado informações sobre “batidas” em propriedades de algumas das áreas mais pobres de Caracas, onde pelo menos 180 protestos ocorreram ao longo da semana.

Banco Mundial

Em sua conta no Twitter, o Banco Mundial também se pronunciou acerca do assunto, no início da tarde de hoje (25). A instituição financeira destaca que está “profundamente preocupada com a crescente crise humanitária, econômica e social que afeta o povo venezuelano”.

“O objetivo do Grupo Banco Mundial é erradicar a pobreza e assegurar que todas as pessoas tenham as oportunidades que merecem, assim como proteger os mais vulneráveis. Estamos acompanhando a situação e esperamos que se resolva para o bem-estar da população da Venezuela. Seguindo a prática estabelecida, a comunidade internacional norteia o reconhecimento oficial dos governos e nos guiaremos por tal decisão. Atualmente, o Banco Mundial não possui nenhum escritório ou operações em curso na Venezuela”. (Agência Brasil) 

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