‘Finanças Pessoais para Mulheres’ é tema de palestra nesta quarta

A palestrante utilizará algumas ferramentas como a programação neurolinguística, análise transacional e constelações familiares. Confira a entrevista com Angélica Rodrigues

Postado em: 26-03-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A palestrante utilizará algumas ferramentas como a programação neurolinguística, análise transacional e constelações familiares. Confira a entrevista com Angélica Rodrigues

JAÍSA GLEICE 

ESPECIAL PARA O HOJE

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Finanças Pessoais é sempre um tema que merece atenção. E, quando esse assunto interfere no aspecto emocional, o foco precisa ser ainda mais direcionado. Nesta quarta-feira (28), a palestrante Angélica Rodrigues, que veio a Goiânia a convite da Sicredi Cerrado Goiás para encerrar as atividades no mês das mulheres, ministra a palestra Mulheres, Dinheiro e Prazer: Uma Combinação Explosiva de Energia e Riqueza, no auditório da Organização das Cooperativas do Brasil no Estado de Goiás (OCB), às 19h30.

Angélica Rodrigues é psicóloga clínica e organizacional, psicoterapeuta corporal, possui formação na abordagem de constelações familiares pelo Hellinger Landdshut Institut, na Alemanha, e desenvolve programas de Educação Financeira em instituições públicas e privadas – e é escritora. A expectativa é de que ela fale a uma plateia lotada de mulheres ávidas a se conscientizarem sobre a importância de usar emocional e conscientemente o dinheiro em seu favor.

Em suas palestras, Angélica Rodrigues mescla psicologia com finanças pessoais. Essa combinação transforma a visão das pessoas em relação ao dinheiro e ao bom uso desse recurso de forma a trazer ressignificação, equilíbrio e consciência. De um jeito informal, divertido e interligado, em Mulheres, Dinheiro e Prazer: Uma Combinação Explosiva de Energia e Riqueza, a palestrante utilizará algumas ferramentas como a programação neurolinguística, análise transacional e constelações familiares. Confira a entrevista com Angélica Rodrigues. 

Entrevista : Angélica Rodrigues 

O que o dinheiro tem a ver com emoção?

Deveria ter a ver com a razão, mas infelizmente na prática não é assim. A parte ligada à razão contempla apenas as quatro operações fundamentais que aprendemos na escola. Uma pessoa para se dar bem com o dinheiro bastaria ter esse conhecimento matemático. Mas por que será que as pessoas se embananam tanto? Porque, na verdade, há o lado emocional, sem que a pessoa perceba. As crenças ligadas ao dinheiro, os aprendizados, os modelos, tudo o que a nossa cultura pensa e fala sobre o dinheiro, os limites internos de cada um, as proibições, a falta de opção para ter uma vida boa. São muitos aspectos, e tudo isso interfere no trato com o dinheiro.

É possível relacionar alegria e frustração ao quanto se gasta?

Existem estudos que mostram que as compras, na verdade, estão muito relacionadas ao nível de carência das pessoas. Então, quanto mais insatisfeita a pessoa está, quanto mais problemas ela tem, maior a tendência a desaguar essas frustrações no consumo. Dificilmente se compra porque precisa, ou porque se quer – e querer é diferente de precisar. Nem sempre a pessoa pode, mas se está muito aborrecida, frustrada, às vezes é um jeito de tentar se animar, compensar alguma carência, alguma coisa que não está boa na vida dela. Então essas máximas que a gente usa no trabalho é a seguinte: não vá fazer comprar se você estiver com fome ou aborrecida com alguma coisa, com raiva, irritada ou triste, porque certamente você vai comprar coisas das quais você não precisa.

O dinheiro interfere no relacionamento entre os casais?

Sim, porque quando as pessoas não têm as finanças organizadas e não têm um mínimo necessário para uma vida digna, com segurança, isso interfere diretamente no estado emocional, na qualidade da convivência. Então problemas financeiros são a pontinha do ‘iceberg’, que muitas vezes resultam em outros problemas de relacionamento e até em problemas sexuais, porque, se um dos dois é responsável ou mais responsável pelo provimento da casa e não está dando conta desse papel, isso pode inclusive fazer com que a pessoa se sinta menos valorizada, menos forte, seja o homem ou a mulher. Falamos bastante desse assunto no livro Família, Afeto e Finanças, Como Colocar Cada Vez Mais Amor e Dinheiro em Seu Lar. Nesse livro, há partes específicas para os casais, com exercícios para serem feitos juntos justamente porque nós entendemos que a questão financeira impacta demais a ralação entre homem e mulher.

De onde surgiu a ideia de desenvolver uma palestra com esse tema?

Eu noto que existem muitas diferenças de comportamento entre as pessoas, e isso me intrigou sempre. O fato de eu receber muito pessoas com esse tipo de demanda, na minha clínica, foi aumentando meu interesse pelo assunto. Então, naturalmente, comecei a compartilhar esses conhecimentos, essas ideias não só nos meus atendimentos, mas nas palestras, até que escrevi um livro com meu esposo, Rogério Olegário, que é consultor financeiro. Nasceu a coleção das crianças, a coleção Nascer e Enriquecer, que tem oito títulos de educação financeira com manual de orientação com os pais e professores, produzidos outros artigos e materiais sobre o tema, que é muito vasto e a população muito carente de conhecimento e informação nessa área.

Como a palestra ‘Mulheres, Dinheiro e Prazer: Uma Combinação Explosiva de Energia e Riqueza!’ aborda o assunto?

Eu vou abordar o assunto de uma maneira muito informal, com uma linguagem bem coloquial, embora vá levar vários conceitos da Psicologia. Pretendo abordar vários assuntos que permeiam o dinheiro e que permeiam as emoções, os aprendizados, as associações que nós aprendemos a fazer, os modelos, os bloqueios que a gente tem, às vezes, frente ao dinheiro. Vai ser algo bem interessante. Espero que as mulheres saiam desse encontro mais empoderadas e tiram muito proveito para a vida prática.

Que ferramentas da Psicologia podem ajudar nesse contexto?

Eu vou utilizar algumas abordagens que eu já estudei, que eu tenho especialização, como as constelações familiares, a análise transacional, especialmente na teoria de ‘scripts’, a programação neurolinguística com a parte das crenças, e vou colocar tudo isso de um jeito muito interessante, divertido, interligado. A Psicologia pode ajudar demais cada ser humano que deseja se transformar e mudar seu ‘mindset’, que é como se fossem uns ‘óculos’ pelos quais você enxerga a vida. Na palestra, cada pessoa será convidada a mudar esses óculos e tentar uma nova relação com o dinheiro e com a vida.

É possível transformar um desequilíbrio financeiro, como mudar um comportamento e criar consciência na pessoa que não tem boa relação com o dinheiro?

Graças a Deus, é possível mudar um comportamento. O ser humano tem uma capacidade maravilhosa e imensurável de mudança e de transformação. Todo problema tem solução, e, enquanto há vida, há esperança – esses são meus lemas de trabalho e de vida. Tudo pode ser transformado, mas é preciso arregaçar as mangas, e é preciso fazer sua parte, fazer um trabalho. Por mais que haja um profissional que ajude, um livro, um filme, um curso, uma palestra, cada um precisa se responsabilizar pela sua parte, ou seja, fazer as mudanças que são propostas, encarar a dificuldade e realmente aplicar o que vai ser ensinado. O caminho para a mudança segue alguns passos. O primeiro é a tomada de consciência, porque, sem admitir que tenho um problema, não há como fazer nada. O segundo é traçar os próximos passos, e pretendo fazer isso na palestra, dar dicas práticas para mudar a vida financeira das pessoas. 

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