Em discussão com Fred Nicácio, Key Alves nega ter sido racista: ‘Eu sou de uma família negra’

Argumentando, a atleta disse que vinha de uma família negra e por isso, não poderia ser considerada racista

Postado em: 22-03-2023 às 14h05
Por: Victória Vieira
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Key Alves não concordou com as declarações do médico e negou veemente ter sido racista | Foto: Reprodução/Globoplay

Confinado dentro da casa de reencontro do BBB 23, Fred Nicácio decidiu desabafar sobre o episódio de intolerância religiosa e comentários preconceituosos protagonizados por Key Alves, Gustavo e Cristian. Na ocasião, os três pediram desculpas para o médico, mas a jogadora de vôlei discordou com a acusação do brother e negou que tenha cometido um ato racista.

“Coisas do jogo acontecem, a gente consegue identificar o que é jogo e o que não é. Todo mundo erra, todo mundo acerta, ninguém é perfeito. Tem coisas que devem ficar no jogo. Traição, mentira, enganação, faz parte do jogo. Isso são decepções que ficam no jogo. São articulações do jogo e cada um faz o que deve fazer”, argumentou Nicácio. Ele não deixou de ressaltar as consequências do racismo e o principal: um ato criminoso.

“Tem coisas que não dá pra ficar no jogo. Racismo não tem como ficar no jogo. Infelizmente, racismo mata. Não é como decepção. Racismo mata pessoas todos os dias, me mata desde que eu nasci. Eu tenho um alvo nas minhas costas desde que nasci apenas por ser preto”, disse.

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“Quando vocês falam e fazem aquelas coisas que eu vi depois, aquilo me engatilhou demais. Quando vocês três – Gustavo, Key e Cristian – praticam racismo religioso comigo, eu descubro isso lá fora, e isso me deixou muito engatilhado. (…) Racismo, para além de não ter nada a ver com jogo, é crime. O que vocês fizeram é criminoso. Racismo religioso é uma coisa muito séria”, destacou.

Logo em seguida, Fred informou que os brothers irão responder judicialmente pelas ações de cunho intolerante e preconceituoso.

“Vocês disseram que foi um mal-entendido, mas não foi um mal-entendido. Nessas de mal-entendido nós temos 500 anos de preconceito racial no Brasil, e 500 anos de pessoas como eu, Tina e Paula sofrendo. O que vocês fizeram aniquila pessoas. Anula oportunidades. (…) Vocês nunca vão saber o que é ter um olhar atravessado pra vocês por causa da sua cor”, declarou. “(…) Fiquei muito adoecido com o que vocês fizeram comigo. Não tenho raiva, não é rancor, não é mágoa. É dor. Vocês me causaram dor. O que vocês fizeram foi crime, e meu jurídico vai acionar vocês lá fora. Vocês vão ter que responder judicialmente por isso”, afirmou.

Contudo, Key Alves não concordou com as declarações do médico e negou veemente ter sido racista. Argumentando, a atleta disse que vinha de uma família negra e por isso, não poderia ser considerada racista.

“Entendo, te peço muitas desculpas mesmo. O que a gente fez foi erradíssimo. Te peço perdão real de tudo que aconteceu. Mas, racismo a gente não praticou. Porque poderia ser qualquer outra pessoa. Não é porque você é negro, não é nada disso. As coisas tão indo pra outro rumo. Você pode falar que a gente foi intolerante, de que a gente falou da religião, ok. Isso a gente tá pedindo desculpa. Sempre vi isso como uma coisa errada”, iniciou. “Eu vim de uma criação errada que isso era errado. Mas falar que a gente é racista é outro nível. Porque poderia ser qualquer outra pessoa. Porque não é porque você é negro. Eu sou de uma família é negra, minha avó é negra, eu tenho sangue negro”, acrescentou.

Rebatendo, Tina enunciou que esse cenário não anula suas atitudes e “é o primeiro discurso de qualquer pessoa racista”.

Gustavo e Cristian não questionaram as declarações do médico e aproveitaram a oportunidade do médico para pedir perdão.

“A minha ignorância acabou me dando medo dessa situação. Acho justo você levar pro seu jurídico, enfim. Mas o que eu queria falar com você é: perdão pelas minhas falas, porque realmente vi que é uma coisa errada”, lamentou Cristian. “Também quero pedir perdão, pelo jeito que a informação chegou até mim. Acho que qualquer pessoa que ouvisse que tinha alguém parado na sua cama iria ficar com medo. Você tem direito de levar adiante se você achar que tá certo isso, mas queria pedir perdão de coração pelo que aconteceu lá dentro. Foi ignorância minha de não saber todas as religiões”, disse Gustavo.

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