Suspeito de matar namorada teve ajuda do irmão

Entre janeiro e setembro deste
ano, foram registrados oito casos de feminicidio, ante quatro contabilizados no
mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Secretaria de Segurança
Pública e Administração (Penitenciária). Os números compreendem a Região Metropolitana
de Goiânia. O último caso aconteceu no último domingo (1°), em Aparecida de
Goiânia.

Ranulfo Pereira, 29, suspeito de
matar a namorada Núbia Ribeiro Lemes Rosa, 19, teve ajuda do irmão para ocultar
o corpo. Indícios da Polícia Civil revelam que Marcos Maciel, 37, teve a ideia
de queimar a vítima e registrar um boletim de ocorrência. Ranulfo e Núbia
estavam desaparecidos deste a última terça-feira (26), o que despertou atenção
da polícia.

O corpo da jovem foi encontrado
carbonizado na última sexta-feira (29). Carlos Caetano, delegado responsável
pelo caso, disse que a namorada de Ranulto morreu estrangulada na cama dele. A
vítima foi colocada em cima de uma moto, onde os dois andaram 2 km antes de
queimá-la. Segundo o delegado, Marcos deixou o irmão na rodovia para que ele
fugisse para o Tocantins.

Após o crime, Marcos ainda teria
se dirigido até uma delegacia para tentar fazer uma denúncia falsa. De acordo
com o delegado, Marcos afirmou para os policiais de que seu irmão e namorada
tinham sido sequestrados pelo ex-namorado de Núbia. Dias depois, o irmão de
Marcos foi localizado no estado do Tocantins. Ele responderá por homicídio
qualificado e ocultação de cadáver.

Para o delegado, o crime foi
motivado por causa de ciúmes. De acordo com Caetano, os dois chegaram a namorar
por um ano, mas, quando terminaram, ela ficou com uma outra pessoa por dois
meses, voltando com Ranulfo em seguida.

A mãe da jovem, Edna Ribeiro
Lemes, que estava emocionada, quer apenas punição. Em entrevista à imprensa,
ele disse que o namorado buscou sua filha para ir à casa dele, mas ela não
conseguiu impedir.

À irmã, Núbia afirmou que o
namorado andava violento com ela nos últimos dias, e que já pensava em se
separar mais uma vez. Quando contou a vontade de terminar o relacionamento,
Luana Ribeiro se tornou alvo de ameaças.

Prevenção

A presidente da Comissão Especial
de Valorização da Mulher (OAB-GO), Kátia Paiva, diz que é importante às
crianças noções de consentimento e respeito sobre o outro. Segundo ela, isso
ajudará a identificar a violência sexual, além de ser uma forma de combatê-la. Para
diminuir os casos de violência contra a mulher, Paiva crê que a melhor forma é
desconstruir nas crianças a chance de crescer numa sociedade justa.

“Somos fruto de uma sociedade
patriarcal, e isso afeta todos os gêneros desde a infância. Portanto, não há
dúvida que a melhor forma de enfrentar esses valores machistas e patriarcais é
através da educação”, esclarece a advogada.  (Marcus
Vinícius Beck é estagiário do jornal
O Hoje, sob orientação de Rhudy Crysthian)