Teste de glicose ao custo de R$ 0,10 centavos chega ao mercado em 3 anos

O dia a dia da pessoa que tem diabetes e precisa monitorar os níveis de glicemia, ou seja a taxa de açúcar na corrente sanguínea, acarreta um desgaste físico e financeiro alto. O teste realizado com uma amostra de sangue pode ser encontrado em farmácias por até R$ 100. 

Uma nova tecnologia desenvolvida pela equipe liderada pela pesquisadora da Universidade Federal de Goiás (UFG), a doutoranda Ellen Flávia Moreira Gabriel, promete ser menos invasiva e bem mais em conta. A chegada do produto nas farmácias e no SUS depende da capacidade de produção em escala industrial, o que deve levar entre 2 e 3 anos. A fase de desenvolvimento levou sete anos e o biossensor recebeu registro do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

Como funciona

A partir das gotas de lágrimas, o biossensor consegue medir os níveis de glicemia com resultados instantâneos. Além de reduzir o custo, tendo em vista que um kit de medição custa, atualmente, cerca de R$ 70 a R$120, o desconforto de precisar coletar uma amostra de sangue é eliminado. O produto correlaciona a glicose encontrada no sangue, com a presente na lágrima, dessa forma podendo apresentar o resultado esperado evitando que o paciente tenha que furar o dedo duas vezes ao dia. 

Enquanto os testes de farmácia tem um medidor específico que eleva o seu preço, neste os pesquisadores utilizaram a tecnologia desenvolvida do biossensor com maior sensibilidade para detecção de glicose, disposto em um papel descartável que obteve como resultado o baixo custo. 

Sobre a abrangência do teste, o orientador do projeto Wendell Karlos Tomazelli Coltro, afirmou: “Não há restrições para uso, podendo ser aplicado inclusive para outros fluidos biológicos como a saliva e suor!”. Dessa forma revelando o caráter coletivizador dele.

SUS e Mercado

Apesar dos testes serem oferecidos de forma gratuita no SUS e em algumas farmácias, muitas pessoas preferem ter em casa o aparelho para evitar o deslocamento cotidianamente.

De acordo com o professor Wendell Karlos Tomazelli Coltro, orientador do projeto, a UFG já está “o objetivo agora é viabilizar a chegada do sensor à população por intermédio de políticas vinculadas aos órgãos públicos ou privados!”. O interesse maior é de levar a inovação para o serviço público, dessa forma possibilitando que esta contribua com a população que mais precisa. Mas este também poderá ser viabilizado no setor privado, para Wendell a ideia é alcançar um número grande de pessoas.

Quando estará disponível?

A etapa agora é de “processo de otimização para o escalonamento industrial”, explica Wendell, que já existe a iniciativa para iniciar a produção. O professor afirma que o produto chegará o mais rápido possível no mercado e estima um prazo de “2 a 3 anos a um custo bem inferior ao que existe no mercado ” para que esteja disponível à população. 

Triunfo

Além disso, a pesquisadora também teve êxito na patente de outra descoberta. O injetor hidrodinâmico alternativo é “um instrumento voltado para a área de eletroforese, que é uma técnica utilizada para a separação analítica dos constituintes de amostras como de lágrimas, sangue, água e alimentos”. 

Ela explicou que este equipamento torna os resultados obtidos mais precisos. “Com o uso do injetor hidrodinâmico, acoplado ao sistema de eletroforese, a gente consegue uma melhor separação dos constituintes, o que melhora a resposta da técnica empregada e essa melhor resposta, aumenta a confiabilidade dos resultados”.