Wi-Fi em ônibus da capital está sendo pouco divulgada

Igor Caldas*

Especial para O Hoje

Alguns ônibus que fazem parte do transporte coletivo em Goiânia exibem adesivos que oferecem internet wi-fi para usuários dentro dos veículos do transporte coletivo. O acesso à internet é liberado após cadastro de dados dos usuários no sistema que oferece o serviço. A empresa pede o nome completo, email e número de celular para que o passageiro possa entrar na rede. No entanto, o pequeno adesivo pode passar despercebido para o passageiro e a falta de informação sobre a novidade tem gerado desconfiança.

A reportagem foi até o Terminal Bandeiras para averiguar como o serviço de internet móvel nos ônibus tem sido utilizada pelo usuário do transporte público, mas não conseguiu encontrar ninguém que usasse o serviço nos veículos que disponibilizam wi-fi. Naitala Silva é usuária do transporte público e ainda não percebeu que o serviço de wi-fi tem sido oferecido dentro dos ônibus.

Ela fica o tempo todo conectada na internet com o celular em um plano pré-pago. “Fico ligada no celular o dia inteiro, mas uso o plano de dados por meio dos créditos que coloco no celular. Eu ainda não percebi que tem ônibus com wi-fi”, explica Naitala. Ela acredita que se houvesse uma campanha para alertar o usuário sobre o serviço, ele não ficaria subutilizado.

Para quem usa o plano de dados de acesso a internet de forma pré-paga, o serviço pode resultar em economia para o bolso do usuário. 

Medo em fornecer dados

Natan Santos tenta se manter conectada durante todo dia. Ele usa o celular para acessar redes sociais e também paga contas por meio dos aplicativos de banco. Natan viu os adesivos que oferecem o serviço de acesso à internet, mas quando percebeu que deveria cadastrar seus dados pessoais no sistema, desistiu de usá-lo.

“Cheguei a ver os adesivos que oferecem o acesso à internet sem fio nos ônibus que eu ando. Mas quando tentei usar, vi que eles pedem nossos dados para que possamos usar o serviço. Eu sou muito desconfiado em relação à roubo de dados por meio da rede, então desisti de usar. Pago minhas contas bancárias todas pelo telefone e tenho medo de que roubem minhas informações”, explica Natan.

Ele ainda afirma que se o sistema transmitisse mais confiança, poderia cadastrar seus dados para fazer o uso da rede wi-fi dentro dos ônibus porque isso representaria uma economia em seus gastos nos dados de internet. Natan faz o uso da rede por meio de plano pré-pago do celular. Ele gasta R$ 10 por semana para comprar créditos.

“Eu não pego mais fila em banco para pagar boletos. Só utilizo os aplicativos de banco para fazer o pagamento das minhas contas. Acho que se houvesse alguma campanha da empresa que oferece o serviço alertando o usuário sobre o uso dos dados, o serviço poderia ser utilizado com mais confiança”, pondera Natan.

Serviço engatinhando 

Segundo a Companhia Rápido Araguaia, que oferece o serviço de transporte coletivo por meio de frota de 588 ônibus na Capital, o serviço de internet móvel dentro dos veículos está começando a ser implantado. Apenas 80 veículos oferecem o sinal de internet sem fio. Eles afirmam que o serviço vai crescer gradativamente e até outubro deste ano, toda a frota terá o serviço implantado.

A empresa afirma que apenas depois que toda frota da Rápido Araguaia estiver oferecendo o serviço de wi-fi irá realizar uma campanha de conscientização para divulgar os serviço para o usuário. Além disso, afirmam que os dados pedidos para cadastro no serviço são exigidos pela lei, para coibir o uso da rede para fins ilegais.

Projeto vincula acesso wi-fi ao combate à pedofilia  

Em 2017, vereadores aprovaram em segunda votação na Câmara Municipal o projeto de lei que previa conexão de internet wi-fi nos veículos do transporte público de Goiânia. De acordo com o PL, as empresas devem fornecer o serviço de forma gratuita para os passageiros.

A proposta do vereador é que a internet seja liberada após a exibição de um vídeo educativo de 15 segundos alertando sobre o combate à pedofilia. O projeto também prevê que a disponibilização da rede deveria ocorrer de forma gradativa até o fim de 2018. Atualmente, apenas a Rápido Araguaia tem um projeto de implantação de internet móvel no transporte público.

Depois de aprovada em segunda votação pela Câmara Municipal de Goiânia, o projeto foi vetado pelo Prefeito Iris Rezende. Porém, o veto foi derrubado pelo plenário e ainda será promulgado para se tornar Lei. A RedeMob Consórcio (antiga RMTC) afirma que existe um projeto em estudo dentro do Consórcio, mas ainda não possuem detalhes para divulgação.