Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Com cerol, a brincadeira não tem graça

Pedestres e motociclistas são mais passíveis em sofrer cortes ocasionados pelo uso do tipo de linha, cujo corte é nocivo

Postado em: 01-08-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Pedestres e motociclistas são mais passíveis em sofrer cortes ocasionados pelo uso do tipo de linha, cujo corte é nocivo

Milleny Cordeiro

Soltar pipa é uma brincadeira muito antiga e bem comum entre as crianças. Obviamente a temporada de férias já está no fim, mas é nesse período em que o número de pipas aumenta no céu e se vê mais meninos e meninas correndo com elas pelas ruas. No entanto, o que deveria ser uma brincadeira inofensiva pode se transformar num acidente mortal, isso porque se utiliza muito as linhas com cerol.

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Inúmeros são os casos de mortes ocasionados pelo uso desse tipo de linha, cujo corte é nocivo. Nariz e pescoço são as partes do corpo que mais são feridas; os motociclistas e pedestres são os mais passíveis de sofrer os cortes. Além do cerol, outro tipo de linha tem sido utilizada por crianças e jovens, trata-se da linha chilena, feita de cola de madeira e óxido de alumínio, com poder de corte até quatro vezes maior que a linha de cerol. 

Apesar do uso tradicional do cerol, em sete anos, 2016 foi o mais tranqüilo em relação às ocorrências de uso e comercialização da linha, além de feridos e mortes. A informação é do Presidente da Guarda Civil Metropolitana (GCM), Elton Ribeiro de Magalhães. Segundo ele, a GCM registrou a ocorrência de apenas uma pessoa ferida pela linha de cerol. “Pode ser que existam mais casos, mas o que chegou aos nossos registros foi isso”, diz.

Pipa sem Cerol

Do ano passado até hoje, houve um contraste muito grande nas ocorrências de crianças e jovens utilizando o material nocivo. Em 2015 foram 500 registros, enquanto que este ano a Guarda Civil contabilizou 89 casos. Essa queda, segundo Magalhães, deve-se ao trabalho preventivo que a GCM vem realizando com os jovens nas escolas por meio da Campanha Pipa sem Cerol. 

Geralmente a campanha começa em julho, no entanto, com o objetivo de intensificar as ações nas escolas antes das férias, a Guarda Civil antecipou os trabalhos para o dia 15 de junho. Dessa forma, foi possível realizar palestras e oficinas com crianças e jovens em escolas de diversas regiões da capital. Em conversas dinâmicas e com a presença de personagens caracterizados, os guardas levam aos pequenos a prevenção e conscientização de forma lúdica. 

Em parceria firmada com o Grupo Pipeiros de Goiânia, a Guarda Civil não só promove palestras no âmbito escolar, como também em parques de Goiânia. Assim, crianças e adultos são orientados sobre o risco do cerol e aprendem a fazer suas pipas de maneira responsável e divertida. 

Lei e prevenção

A Lei Municipal 8.832/2009 prevê a proibição do uso e comercialização do cerol e a aplicação de multa de R$ 200 ao usuário ou ao responsável no caso de menor. O comerciante que for pego vendendo o material pode pagar multa de até R$1.500. A pessoa pode ainda responder criminalmente, caso haja mortes ou feridos. 

Apesar das medidas punitivas, Magalhães ressalta que o principal foco da campanha é a prevenção. “Não é nosso objetivo prender as pessoas e nem tirar dinheiro de alguém, queremos levar a conscientização e educar para a prática saudável da brincadeira”, afirma. A Campanha Pipa sem Cerol realiza atividades até amanhã (02).

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