Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Medicamento promete avanços significativos no combate ao Alzheimer e deve chegar em breve ao Brasil

Neurocientista aponta que Leqembi, oferece uma nova abordagem terapêutica trazendo retorno positivo aos pacientes

Postado em: 15-07-2023 às 12h38
Por: Mariana Fernandes
Imagem Ilustrando a Notícia: Medicamento promete avanços significativos no combate ao Alzheimer e deve chegar em breve ao Brasil
Neurocientista aponta que Leqembi, oferece uma nova abordagem terapêutica trazendo retorno positivo aos pacientes | Foto:

O Alzheimer,  uma doença neurodegenerativa que afeta a memória e outras funções cognitivas, está se tornando uma preocupação cada vez maior no Brasil e em todo o mundo. Com a população brasileira envelhecendo rapidamente, a dimensão do problema tende a aumentar.

Após décadas de dificuldades e poucos avanços, a ciência médica está finalmente testemunhando progressos reais no combate à doença de Alzheimer. Um desses avanços é o medicamento Leqembi, recentemente aprovado nos Estados Unidos. Muitos outros serão apresentados na Conferência da Associação Internacional de Alzheimer (AAIC), que ocorreu em Amsterdã a partir deste domingo. O evento é considerado o maior e mais importante congresso sobre doença de Alzheimer e outras práticas, contando com mais de 5.500 trabalhos inscritos e mais de 8.500 participantes, tanto presencialmente quanto de forma remota.

O neurocientista Sérgio Ferreira, coordenador científico da AAIC, professor titular dos Institutos de Biofísica e de Bioquímica Médica da UFRJ, pesquisador do IDOR e membro da Academia Brasileira de Ciências, compartilha suas perspectivas sobre o futuro no combate a essa doença devastadora.

Continua após a publicidade

“Esses avanços representam um raio de esperança para milhões de pessoas em todo o mundo sustentados pelo Alzheimer. O medicamento Leqembi, por exemplo, oferece uma nova abordagem terapêutica e pode trazer benefícios para os pacientes. No entanto, é importante ressaltar que ele é apenas um dos vários avanços que estão sendo apresentados na conferência”, afirma o especialista.

À medida que novos medicamentos e tratamentos são administrados, há uma crescente esperança de que em um futuro próximo possamos não apenas retardar a progressão da doença, mas também encontrar uma cura efetiva. Os resultados dos estudos e pesquisas apresentados na conferência serão cruciais para guiar o futuro no pensamento e estratégias no combate ao Alzheimer.

Ao ser questionado sobre a Leqembi para o tratamento da doença, o neurocientista respondeu: “Ela não vai curar nem impedir que a doença se manifeste. Mas os testes até agora sugerem que pode reduzir o declínio cognitivo como nenhum outro remédio até agora conseguiu. E isso é muito”, iniciou.

“Os primeiros medicamentos contra o Alzheimer, os inibidores de acetilcolinesterase, ainda hoje em uso, surgiram nos anos 1990. Eles atenuam um pouco o declínio cognitivo, mas não interrompem o curso da doença nem funcionam em cerca de metade dos pacientes. Agora as coisas começam a melhorar, a ter mais êxito e o Leqembi faz parte disso”, finalizou em entrevista ao O Globo.

Sérgio também destaca que a droga não deve demorar a chegar no Brasil, mas ainda são necessários testes clínicos. “É uma droga melhor que as aprovadas até agora, mas ainda não é a solução”, conclui.

Embora o caminho ainda seja desafiador e existam obstáculos a serem superados, as recentes conquistas e o empenho da comunidade científica são motivos para otimismo. O avanço na compreensão da doença de Alzheimer e o desenvolvimento de terapias inovadoras são essenciais para enfrentar esse problema de saúde global.

À medida que a conferência segue, a expectativa é que mais conhecimentos sejam compartilhados e novas perspectivas sejam traçadas. A luta contra o Alzheimer está se fortalecendo, e os esforços contínuos da comunidade científica nos aproximam cada vez mais de um tratamento.

A AAIC reúne investigadores, pesquisadores e profissionais de saúde de diversas áreas relacionadas à doença, proporcionando um ambiente propício para a troca de conhecimentos e o compartilhamento de descobertas científicas. Essa colaboração internacional é fundamental para apoiar o desenvolvimento de novas terapias e abordagens no combate ao Alzheimer.

Veja Também