Gravidez ectópica ainda é desconhecida por mulheres

Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), esse tipo de gravidez ocorre em 1% de todas as gestações do mundo

Postado em: 03-07-2019 às 19h42
Por: Leandro de Castro Oliveira
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Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), esse tipo de gravidez ocorre em 1% de todas as gestações do mundo

Foto: Divulgação 

Daniella Reila 

Por ser rara, a gravidez ectópica ainda é uma incógnita para muitas mulheres, e algumas vezes, desconhecida. Para explicar as principais dúvidas sobre essa condição, a Dra. Karina Tafner, ginecologista e obstetra esclareceu pontos essenciais para sanar as dúvidas a respeito do assunto, e torná-lo mais abrangente.

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Na gravidez ectópica, o óvulo fertilizado se implanta fora do útero, normalmente nas trompas de falópio. Quando isso ocorre, a gestação não evolui, visto que não há possibilidade de um embrião se desenvolver nessa região. Um embrião progredindo normalmente, o óvulo fertilizado passa pelas trompas de falópio e chega ao útero, local em que se implanta e começa o processo de formação do bebê.

As causas são inúmeras, porém há três mais comuns quando o assunto é retratado. A infecção de uma das trompas de falópio é uma delas. Quando isso ocorre, ela pode ficar inteiramente ou parcialmente fechada. Logo, o óvulo fertilizado não consegue chegar ao útero. O tecido cicatricial é um dos outros motivos, pois quando há uma infecção ou se uma cirurgia estiver bloqueando o percurso, não tem como atravessar a trompa. E por fim, algumas mulheres podem ter um crescimento acima do comum nas trompas. Neste caso, o óvulo fertilizado pode ter um bloqueio para chegar ao útero.

Mulheres com mais de 35 anos de idade e com histórico de gravidez ectópica, cirurgia abdominal, doença pélvica inflamatória e endometriose, juntamente com gestação após laqueadura, uso incorreto do DIU e fumante, tem uma maior probabilidade de desenvolver uma gestação assim.

É possível notar os sintomas, que são bem distintos de uma gestação considerada normal, principalmente entre a 4º e 12º semanas. Dor aguda na pélvis, abdômen e até mesmo nos ombros e pescoço. O sangramento acontece e é intenso ou leve e o desconforto ao urinar e defecar também é algo comum, juntamente com as fraquezas, tonturas ou desmaios.

O diagnóstico são exames solicitados pelo médico, para que se possa identificar com mais precisão. A análise pélvica para avaliar a dor, sensibilidade ou identificar massas no abdômen. A ultrassonografia que confirma se a gestação está se desenvolvendo no útero também é muito comum, em companhia do teste de urina ou de sangue.

O tratamento envolve a interrupção da gravidez com medicamento específico, para absorção do tecido. A cirurgia minimamente invasiva, como uma laparoscopia, para remoção do tecido pélvico remanescente da gravidez ectópica e reparação da trompa de falópio afetada. Caso tenha havido alargamento ou rompimento, a remoção total ou parcial da trompa de falópio é o mais indicado.

 

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